segunda-feira, julho 11

Já sorri quando o que eu mais queria era chorar. Já procurei razão em coisas irracionais, só para descobrir que não eram tão palpáveis – tão reais. Já viajei o mundo em busca de aventura – à procura de um amor. Já corri até o aeroporto para impedir que ela fosse embora. Já chorei ao vê-la partir. Já perdi muitos amores e encontrei outros tantos. Já pensei que fosse morrer de amor, ainda que seguisse vivendo. Já padeci no escuro, tremendo. Já fingi que estava tudo bem – quando, na verdade, o mundo estava desmoronando diante de mim. Observei pessoas irem e virem, com as mesmas esperanças nos olhos. Já dei adeus, quando o que eu mais queria era suplicar que não houvesse despedida. Já senti medo de escuro, de monstros e de morrer. Já senti medo de viver. Já vi a chuva dar lugar ao arco-íris. Já vi o sol nascente tornando-se poente. Eclipse.

Já perdi amigos incríveis. Já tive que substituir pessoas insubstituíveis. Já dei um fora na garota mais bonita do colégio. Já tentei me atirar de um prédio. Já quis cortar os pulsos, devolver insultos. Já fiz músicas que ninguém nunca ouviu; senti sensações que ninguém nunca sentiu. Já senti dores em ligares que eu nem sabia que existiam; sofri por amores que mentiam.

Já provei do mais amargo fim. Já renasci em sorrisos, faleci em beijos. Sofri por desejos.
Já fui pianista, poeta, louco. Já vivi de tudo um pouco.

Mas, em matéria de amor, já fui muitas vezes reprovado. E mesmo assim, na escola das paixões me declarei eternamente matriculado.

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